Laura Campanér Laura Campanér - Um Gavião

Um gavião voa no céu do cerrado
Um gavião, um gavião negro e rajado
Pousa nos galhos das árvores secas
Negro como a tempestade

Um gavião no seu mergulho me leva
Eu vejo a presa brilhando no ar
Eu sou o gavião solto no ar
Rasgando o céu azul
O céu azul do cerrado
Rasgando o céu azul do cerrado

Eu andei por estradas comendo poeira
Até chegar nesse pequeno arraial
Onde o céu é estrada de gavião
Mas aqui nada acontece
Ninguém chega ou sai
Ninguém chega ou sai
Ninguém chega ou sai

Eu já estou viajando há muito tempo
Eu não lembro onde ficou minha velha casa
Minha velha casa
Não sei quando voltarei ao que fui um dia
Eu gosto de ver o gavião rasgando o azul do céu
O céu azul do cerrado
O céu azul
O céu azul do cerrado

Rasgando o azul do céu
O céu azul do cerrado
Rasgando o céu azul do cerrado

Toda manhã a estrada traz um novo dia
Depois da noite cheia de mistérios
Vejo meu rosto empoeirado no espelho
Eu sinto o tempo passando ligeiro
Minha alma é como esse gavião

Rasgando o céu azul
O céu azul do cerrado
Rasgando o céu azul do cerrado